terça-feira, abril 16, 2024

Nota: caramba, qual a necessidade desta trampa toda? E logo agora?

Há coisas que transcendem as minha capacidade de inteligência e que me obrigam a prescindir de procurar entender para não cair nalgum estado mental de completo caos.

Sem julgar antecipadamente seja quem for - não me compete fazê-lo, recuso fazê-lo, não tenho qualquer interesse em fazê-lo - muito menos caindo no populismo demagógico e manipulador de renegar a presunção da inocência seja a quem for, porque todos os processos sem transitarem em julgado não estão concluídos, há coisas que no domínio opinativo da política pura e dura já me intrigam e me irritam, e tenho a liberdade de sobre elas me pronunciar: qual a necessidade de deixarem chegar as coisas a este triste ponto? Solução? Resguardar-se, afastar-se de tudo, esperar pelo julgamento do processo que a envolve e quando este transitar em julgado, e conforme o desfecho, regressar ou não a funções públicas. Ganhavam todos com isso, sobretudo ganhava PD a mais interessada.

Falo do caso de Patrícia Dantas, hoje denunciado pelo CM - e começo a interrogar-me sobre o que estará subjacente a muita coisa que tem sido publicada... - que é arguida num processo já em fase de julgamento, que sabe que esta é a realidade dos factos, que foi eleita deputada nessa situação - e já não devia por correr o risco de perniciosa exposição mediática e pública - que foi afastada da lista de candidatos do PSD-Madeira à Assembleia da República por imposição de Luis Montenegro, que não foi incluída na direcção do PSD-Madeira - chegou a ser noticiado o facto de ter sido subscritora de uma moção e de um candidato, algo que foi depois negado, apenas pelo incómodo causado, e pelo mesmo motivo - que tem sido penalizada na sua imagem por causa do processo em curso, que precisa entender, de uma vez por todas, que tem que esperar a conclusão destes processos judiciais em julgamento em Braga, para poder recuperar a sua liberdade, ou não, tudo depende do desfecho dos mesmos, com é que PD, perante tudo isto, aceita ir para um gabinete complexo de um ministro de peso e com demasiada visibilidade como o das Finanças, com um patamar de exposição muito substancial, e ainda por cima, pelo que foi noticiado, para tratar das relações entre o MF e as Assembleia da República? Duvido, com toda a sinceridade, que PD tenha a tarimba política necessária para uma função política tão complexa, interrogo-me sobre os motivos porque elas se mete nestas trapalhadas, num tempo nada favorável ao PSD-Madeira, que faz regressar à ribalta noticiosa referências desnecessárias a Calado - por ter  sido colaboradora próxima. E espanta-me que ninguém tenha tido o bom senso para acabar com isto, para "matar" o coelho logo na toca, como se costuma dizer? Acham mesmo que os partidos com representação na Assembleia da República aceitarão ter qualquer relação com a adjunta do Ministro das Finanças depois de tudo o que voltou a ser noticiado? Caramba, tudo isto para quê e porquê?  É intrigante, lamentável, triste e preocupante porque revela ou amadorismo a mais ou triste ânsia de protagonismo e de poder, por razões que não me cabem adivinhar. E mais grave ainda, quando o Ministro das Finanças, depois da trapalhada e das alegadas manipulações ou mentiras em torno do IRS, foi deputado, foi colega de Patrícia Dantas na Assembleia da República onde foi tudo menos uma mais-valia para o PSD, conhece todos estes problemas relacionados com o mega processo da Associação Industrial do Minho,  Braga e sabe da decisão de Montenegro quanto à elaboração da lista de candidatos a deputados e à exigência de afastamento de deputados acusados, julgados e condenados ou em julgamento, e mesmo assim faz esta nomeação que também é aceite quando não devia?

Francamente ou a mediocridade é demasiada e nesse caso não pode perdurar ou há pressões e chantagens, ou há infantilidade demasiada da parte de ministros que são "fortes" apenas por causa da estrutura orgânica ministerial mas que na prática nunca convenceram ninguém nem representaram nem representam, mais-valia para o PSD como é o caso do Ministro das Finanças. Caramba, qual a necessidade deste tiro-no-pé, qual a justificação para estas trapalhadas todas? (LFM)

Nota: Pouso tempo depois de ter escrito esta nota, que mantenho de alto abaixo, foi public ada uma notícia, segundo a qual "Patrícia Dantas, adjunta do ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, decidiu não assumir essas funções no novo Governo, de acordo com informação veiculada pela equipa do Ministério das Finanças. “Na sequência de notícias veiculadas pela comunicação social, sobre um processo que teve início em 2017 e que está ainda a decorrer nos locais próprios, sem que sobre o mesmo tenha sido proferida qualquer decisão judicial, Patrícia Dantas, mantendo a presunção da inocência que se impõe e após ponderação, comunicou ao Sr. Ministro de Estado e das Finanças que decidiu não assumir as funções de adjunta do Ministério das Finanças”, pode ler-se em informação". Nada mais a acrescentar. Repito, não devíamos ter chegado a isto.

sábado, abril 13, 2024

Madeira-2024: retrato eleitoral do PAN nas regionais de 2023

O PAN obteve a maior votação percentual no Funchal com 2,8%, seguido de Santa Cruz com 2,7% e de Câmara de Lobos com 2,2%. As percentagens concelhias mais baixas foram registadas na Calheta e no Porto Moniz, ambos com 1,1%, seguido de Machico com 1,3% e do Porto Santo com 1,2%. Sublinhe-se que o Funchal representou 51,4% da votação do PAN nas regionais de Setembro de 2023. O município que pesou menos para os "panistas" foi o Porto Moniz, com 0,7%, seguido da Ponta do Sol com 1,3% e do Porto Santo com 1,2%. Para o PAN, o peso eleitoral do Funchal, Machico, Santa Cruz e Câmara de Lobos, os maiores concelhos da RAM em população e eleitores foi de 87% do total da votação na Madeira (LFM)

Madeira-2024: retrato eleitoral do BLOCO nas regionais de 2023

O BLOCO de Esquerda obteve a maior votação percentual no Funchal com 2,9%, seguido de Santa Cruz com 2,4% e de Câmara de Lobos com 2,1%. As percentagens concelhias mais baixas foram registadas no Porto Moniz com 0,5%, seguido da Ponta do Sol com 1% e Calheta com 1,1%. Sublinhe-se que o Funchal representou 52,8% da votação do Bloco nas regionais de Setembro de 2023. O município que pesou menos para os bloquistas foi o Porto Moniz, com 0,3%, seguido do Porto Santo com 1,4%, e de São Vicente com 1,3%. Para o Bloco, o peso eleitoral do Funchal, Machico, Santa Cruz e Câmara de Lobos, os maiores concelhos da RAM em população e eleitores foi de 87,4% do total da votação na Madeira (LFM)

Madeira-2024: retrato eleitoral do PCP nas regionais de 2023

O PCP obteve a maior votação percentual no Funchal com 3,9%, seguido de Santa Cruz com 2,6% e de Câmara de Lobos com 2,5%. As percentagens concelhias mais baixas foram registadas na Ponta do Sol com 0,8%, seguida da Calheta e Porto Moniz ambos com 1,1%. Sublinhe-se que o Funchal representou 58,5% da votação do PCP nas regionais de Setembro de 2023. O município que pesou menos para os comunistas foi o Porto Moniz, com 0,6%, seguido do Porto Santo com 1%, e da Ponta do Sol com 1,1%. Para o PCP, o peso eleitoral do Funchal, Machico, Santa Cruz e Câmara de Lobos, os maiores concelhos da RAM em população e eleitores foi de 89,2% do total da votação na Madeira (LFM)

Madeira-2024: retrato eleitoral da IL nas regionais de 2023

A Iniciativa Liberal obteve a maior votação percentual no Funchal com 3,5%, seguido da Ribeira Brava com 11% e do Funchal com 9,5%. As percentagens concelhias mais baixas foram registadas no Porto Moniz com 3,7%, seguido de São Vicente com 3,2% e de Santa Cruz com com 2,7%. Sublinhe-se que o Funchal representou 55,4% da votação da Iniciativa Liberal nas regionais de Setembro de 2023. O município que pesou menos para a IL foi o Porto Moniz, com 0,5%, seguido do Porto Santo com 1%, e de Santana COM 1,6%. Para a IL, o peso eleitoral do Funchal, Machico, Santa Cruz e Câmara de Lobos, os maiores concelhos da RAM em população e eleitores foi de 86,1% do total da votação na Madeira (LFM)

Madeira-2024: retrato eleitoral do CHEGA nas regionais de 2023

O CHEGA, 4º partido nas regionais de 2023, obteve a maior votação percentual em Câmara de Lobos com 11,3%, seguido da Ribeira Brava com 11% e do Funchal com 9,5%. As percentagens concelhias mais baixas foram registadas no Porto Moniz com 3,7%, seguido de Santana com 5,9% e da Ponta do Sol com 6%. Sublinhe-se que o Funchal representou 44,2% da votação da direita radical nas regionais de Setembro de 2023. O município que pesou menos para o CHEGA-Madeira foi o Porto Moniz, com 0,5%, seguido de São Vicente com 1,8% e Porto Santo com 2%, o que é natural, dado que se tratam dos concelhos de menor dimensão. Para o CHEGA, o peso eleitoral do Funchal, Machico, Santa Cruz e Câmara de Lobos, os maiores concelhos da RAM em população e eleitores foi de 81,1% do total da votação na Madeira (LFM)

Madeira-2024: retrato eleitoral do JPP nas regionais de 2023

O JPP, obteve a maior votação percentual em Santa Cruz, com 27,8%, curiosamente o município liderado por verdinhos, seguido de Machico com 10% e Funchal e Santana, ambos com 7,8%. As percentagens concelhias mais baixas foram registadas no Porto Moniz, com 3,1%, seguido do Porto Santo com 3,8% e de São Vicente com 5%. Sublinhe-se que o Funchal representou 31,1% da votação do JPP nas regionais de Setembro de 2023. O município que pesou menos para o PS-Madeira foi o Porto Moniz com 0,4%, seguido de Porto Santo, com 0,8% e de São Vicente com 1%, o que é natural, dado que se tratam dos concelhos de menor dimensão. Para o JPP, o peso eleitoral do Funchal, Machico, Santa Cruz e Câmara de Lobos, os maiores concelhos da RAM em população e eleitores foi de 87,8% do total da votação na Madeira. Só Santa Cruz é responsável por cerca de 41% da votação do partido (LFM)

Madeira-2024: retrato eleitoral do PS-Madeira nas regionais de 2023

O PS, obteve a maior votação percentual em Machico com 32,9%, seguido do Porto Moniz com 28,5% e Ponta do Sol com 24,9%, curiosamente os três municípios cujas Câmaras Municipais são lideradas pelos socialistas! As percentagens concelhias mais baixas foram registadas em Santa Cruz, com 15,2%, seguida da Calheta com 15,4% e de Câmara de Lobos com 17,7%. Sublinhe-se que o Funchal representou 44,8% da votação dos socialistas nas regionais de Setembro de 2023. O município que pesou menos para o PS-Madeira Porto Moniz, com 1,8%, São Vicente com 1,9% e Porto Santo com 2,6%, o que é natural, dado que se tratam dos concelhos de menor dimensão. Para o PS-Madeira, o peso eleitoral do Funchal, Machico, Santa Cruz e Câmara de Lobos, os maiores concelhos da RAM em população e eleitores foi de 78,4% do total da votação na Madeira (LFM)

Madeira-2024: retrato eleitoral da coligação PSD-CDS nas regionais de 2023

A coligação PSD-CDS, que venceu em todos os concelhos da Região, obteve a maior vitória percentual na Calheta, seguido do Porto Moniz e São Vicente. As percentagens concelhias mais baixas foram registadas em Santa Cruz, 32,8% seguida de Machico, com 39,8% e Funchal com 40,2%. Sublinhe-se que o Funchal representa apenas 38,4% da votação da coligação nas regionais de Setembro de 2023. O município que pesou menos para a coligação foi Porto Moniz, com 1,8% e Porto Santo e São Vicente com 2,7% e 2,8%, respectiva e naturalmente, por serem os de menor dimensão. Para a coligação o peso eleitoral do Funchal, Machico, Santa Cruz e Câmara de Lobos, os maiores concelhos da RAM em população e eleitores foi de 71,4% do total da votação na Madeira (LFM)

Acreditam? Duvido: 39% dos portugueses lutariam por Portugal em caso de guerra

Um estudo recente da Associação Internacional Gallup em 45 países revelou uma tendência global de relutância em participar em conflitos armados. De acordo com os resultados, a maioria das pessoas em todo o mundo (52%) não está disposta a lutar pelo seu país em caso de guerra. O estudo apontou que a recusa em participar em guerras é particularmente proeminente em nove países, onde mais de 50% dos entrevistados se mostraram contrários à ideia de ir lutar pelo seu país. Esses países incluem Itália, Áustria, Alemanha, Nigéria, Macedónia do Norte, Japão, Sérvia e Reino Unido, entre outros. Em Portugal, 39% dos inquiridos dizem que iriam para a guerra pelo seu país, contra 37% que disseram que não e 24% que não sabem ou não responderam.

Os resultados também destacaram a situação na Rússia e na Ucrânia, atualmente em conflito desde 24 de fevereiro de 2022. Enquanto 32% dos russos afirmaram estar dispostos a lutar pelo seu país (27%a menos do que há uma década), na Ucrânia, 62% indicaram que estariam dispostos a fazê-lo. A disposição para defender a pátria em caso de guerra variou significativamente por país. Por exemplo, cidadãos da Arménia (96%), Arábia Saudita (94%) e Azerbaijão (88%) mostraram-se mais propensos a defender o seu país nessas circunstâncias. O estudo revelou ainda diferenças com base no sexo e na idade. Cerca de 59% dos homens afirmaram estar dispostos a lutar, em comparação com 45% das mulheres. Além disso, os entrevistados mais jovens (entre 18 e 24 anos) demonstraram uma maior propensão (58%) em relação aos mais velhos (43%), com mais de 65 anos (Executive Digest)

Cheira a esturro: Regulador investiga “cumprimento das obrigações legais de transparência” pela dona dos jornais Sol e i

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) disse hoje à Lusa estar “a verificar o cumprimento das obrigações legais de transparência” pela Newsplex, proprietária dos jornais Nascer do Sol e i Inevitável e detida pela Alpac, de Pedro Vargas David. “No quadro da Lei n.º 78/2015, de 29 de julho, que regula a promoção da transparência da titularidade, da gestão e dos meios de financiamento das entidades que prosseguem atividades de comunicação social sob jurisdição do Estado português, a ERC está a verificar o cumprimento das obrigações legais de transparência pela Newsplex, S.A., proprietária das publicações Nascer do Sol e I Inevitável”, referiu o regulador numa declaração escrita enviada à agência Lusa.

“A ERC promoverá as necessárias diligências caso detete inconformidades no cumprimento destas obrigações legais”, acrescenta. A declaração enviada pelo regulador surge na sequência de uma notícia divulgada hoje pelo jornal Expresso, segundo a qual Pedro Vargas David — filho do antigo eurodeputado do PSD Mário David, conselheiro político do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán — “recebeu 45 milhões de euros do Estado húngaro” para comprar a cadeia europeia de televisão Euronews, da qual é atualmente ‘chairman’. O objetivo seria permitir que o partido nacional-conservador de Fidesz, liderado por Orbán, passasse “a influenciar a cobertura feita pela cadeia de televisão mais europeia da Europa”.

Nota: as aves de rapina não poisaram?

 

Nestes tempos eleitorais de listas de candidatos, de escolhas, de candidatos, de decisões, são tempos de polémicas, especulação, sacanagem entre outras particularidades. Sejam quais forem as escolhas ou são pu**, ladrões, corruptos, cornudos, panel**, mafiosos, sabem pôdres de um ou de outro, etc. É um menu sem fim para satisfazer todos os gostos. Para esses “gestores” de empresas falidas ou negócios corruptos que deram no porco, é tudo pu**, todas se deitam com este ou aquele, é tudo ladrão e corrupto, etc. Os sérios, os puros, os “fiéis”, os competentes, os iluminados são esses mer*** que não dizem duas vezes batatas mas que adoram perder-se nestes esgotos de intriga, mentira, manipulação, invenção, masturbações mentais preocupantes, esgotos de trampa, mas que se julgam importantes na sociedade e na política. O mal é que alguns ainda perdem tempo com essa corja de bandalhos. Sempre foi assim, não é agora que vai deixar de ser.

O problema é que no caso do PSD-Madeira os tempos não se compadecem com esses idiotas e essas aves de rapina que não conseguem, porque não sabem mais, distinguir entre o pragmatismo e a especulação idiota que não rende nem votos nem credibiliza, por muito que alguns sejam hábeis na intriga, gastando somas significativas em telefonemas ou mensagens cruzadas, inventando histórias – as directas do  PSD-Madeira foram um tempo para essas mer**, um verdadeiro escândalo – fomentando a intriga, tentando colocar-se em bicos-de-pés.

São as aves de rapina que vagueiam, porque vivem da desgraça, própria ou alheia, mas que recusam poisar porque acham que terão sempre alimento que as faz sobreviver, mesmo que na lama ou na trampa

Vem este meu comentário, sem destinatários concretos - mesmo que eles sejam facilmente identificáveis, sobretudo pelos que andam nos corredores da política partidária activa, o que não é o meu caso, felizmente – a propósito de “notícias”, montadas em gabinetes e depois passadas cá para fora, com uma dimensão e uma polémica que não valem duas folhas de um rolo de papel higiénico. Falo dessas aves de rapina do costume, que, regra feral, se movem sempre no anonimato da cobardia, que já começaram a intrigalhada do costume, comportando-se como “fontes de informação” de meios de comunicação que não conseguem separar o trigo do joio. Pretensos apoiantes de Miguel Albuquerque, como gostam de etiquetar-se, lembro que foram esses entes, quando os problemas surgiram em Janeiro, os primeiros, quais ratazanas, a se esconderem. E se eventualmente novos problemas surgirem com o Presidente do Governo - algo que não podemos descartar - voltarão a ser eles os primeiros a se revelarem os tais “amigalhaços da onça” do costume do presidente do governo. A minha dúvida é se Miguel Albuquerque sabe distinguir entre a sinceridade séria e a hipocrisia mentirosa e oportunista. E se está preparado, porque deve estar, para tudo o que possa eventualmente acontecer.

A lista de candidatos está feita, não é uma lista perfeita, nunca são listas perfeitas, porventura comete injustiças, dá prioridade a jogos e equilíbrios internos que fazem sentido nos partidos mesmo que não sejam, aceites e entendidas fora deles, porventura esteve condicionada por factores que não deviam condicionar coisa nenhuma, mas são as listas aprovadas e que serão apresentadas na entidade judicial competente. Ao PSD-Madeira, aos seus militantes e simpatizantes, aos seus eleitores, aos seus dirigentes e também a essas aves de rapina da trampa, cabe perceber o que está em cima da mesa, perceber as prioridades neste tempo, entender de uma vez por todas que naquelas que serão as eleições mais difíceis de todas, e eleitoralmente as mais perigosas de todas, sem mobilização, sem unidade e sem a conjugação de esforços, o desfecho da derrota é um potencialmente plausível e o cenário de uma penosa travessia do deserto torna-se irreversível. Menos para essas aves de rapina de mer**, que saltam de partido para partido sem complexos, beneficiando da cobertura cúmplice de quem tem da política uma vergonhosa concepção de inutilidade, de falta de ética e de ausência de valores. Essa é a política rafeira para rafeiros. Não é a minha política. A política pode ser dura e contundente, pode ser até agressiva no respeito das pessoas, sem insultar, sem inventar, sem arrastar-se na lama ou no esgoto das ratazanas que conspurcam a política

Miguel Albuquerque é o líder do PSD-Madeira, reeleito pelas bases, legitimado por elas, é o candidato em torno do qual o universo laranja deve estar unido, sem hesitações e sem dar espaço a tontices. É no PSD-Madeira que vou votar. Neste tempo de decisão não há espaço para outras tretas divisionistas e fragilizadoras. Muito menos para caganças pessoais ou para reféns de ambições e vaidades pessoais, frustradas ou expectantes... As eleições ganham-se lá fora, com o voto das pessoas, não entre os muros dos partidos. Nesse caso nunca ganharíamos uma eleição que fosse. E o respeito por esse universo de cidadãos que vota, que quer que lhe resolvam os problemas e que espera que os governantes lhes ajudem a superar as dificuldades, que nem foram poucas nos últimos tempos, nada tem a ver com estas mediocridades internas e com estas estas rafeiradas dessas ratazanas de esgoto, nem com desconfortos internos que devem ser imediatamente deitados ao lixo, caso existam. (LFM)

Madeira-2024: afinal quem vai concorrer? Os mesmos de 2023?

Afinal quem vai concorrer a estas eleições regionais de 2024 na Madeira? Nas regionais de 2023 concorreram estes partidos e coligações. Este ano já se sabe que pequenos partidos como o PPM, Ergue-te, VOLT e NOS-Cidadãos - que concorrem às legislativas nacionais - já anunciaram que não apresentarão candidaturas, sendo expectável que no domínio da informação tenham o tratamento consentâneo com  esse seu estatuto. O que faltava era que por causa de complexos ou preciosismos patéticos, existissem partidos que não concorrem às eleições regionais merecessem atenção e tratamento mediático como os demais que concorrem. Era mesmo o que faltava. Isto porque há sobretudo um deles, de insignificante representação eleitoral mas que consegue perorar quase diariamente nos média à procura de protagonismo que não lhe rende votos, como já percebeu. O prazo para a apresentação de candidatura termina a 15 de Abril. Logo veremos. Uma coisa é certa teremos menos uma coligação e dois partidos concorrendo isoladamente, PSD e CDS (LFM)

Opinião: Sabem mesmo o que está em causa?

No actual quadro, político, social e eleitoral que “cerca” o PSD-Madeira e que o condiciona e ameaça fortemente, a unidade interna ter-se-á agravado, segundo alguns, quando Manuel António Correia recusou uma atitude de envolvência na candidatura laranja e de apelo ao envolvimento e mobilização dos seus apoiantes num combate que não terá tréguas de ninguém para ninguém, um combate que será duro, exigente e agressivo e que vai enfrentar vários adversários.

Tenho afirmado, e mantenho, que o meu envolvimento na política activa regional se esgotou em 2014, não apenas por ter sido uma opção pessoal, mas também por razões acrescidas, decorrentes de outros combates nem sempre fáceis, particularmente no domínio da saúde. Contudo, nestes tempos políticos de bipolarização acentuada, de combates que dizem respeito a todos os social-democratas, de desafios que exigem o envolvimento de todos, nesta necessidade de mobilização e de combate a todos os ódios, extremismos, novas e velhas ameaças, ajustes de contas que a política não devia tolerar, muito menos premiar, intrigas patéticas, frustrações, vinganças pessoais fomentadas via redes sociais e sob o anonimato próprio dos cobardes, neste tempo sem espaço para resistências às mudanças ou recusas da renovação, nestes tempos em que a Madeira precisa de estabilidade e de resolução urgente de muitos problemas que comportam desafios enormes, em que muito do nosso futuro colectivo estará colocado em cima da mesa e na agenda das prioridades partidárias e políticas, acho que nenhum social-democrata pode virar costas e afastar-se quando lhes pedem que se aproximem.

Se, por exemplo, Miguel Albuquerque entendesse que precisava do meu contributo, algo que obviamente nunca acontecerá, sentir-me-ia obrigado a estar disponível porque, repito e insisto, estes tempos – e não apenas para o PSD-Madeira, mas essencialmente para a Autonomia regional - não se compadecem com ausências. Registei alguns apelos à mudança e à renovação, mas a verdade é que, ao contrário do que era expectável, essas atitudes não influenciaram outros protagonistas que não conseguem entender ser este um tempo diferente de tudo o que até hoje aconteceu, um tempo que exige que seja dado espaço e lugar na política a novos protagonistas que aguardam por uma oportunidade para mostrarem o que valem e do que são capazes. Vivemos tempos onde não há lugar a hipocrisias ou medos, nem podem existir lugares cativos, seja de quem for, aos quais alguns se agarram não facilitando a vida ao líder, nem as suas escolhas, mesmo que este, aparentemente, não se mostre interessado em escolhas mais recomendáveis, dado que o seu foco prioritário aponta noutra direcção, mais pessoal.

Albuquerque certamente entendeu a complexidade deste momento e destes tempos, e percebe os desafios que a tomada de decisões na política, bem como os movimentos de regeneração interna, comportam. Montenegro cometeu um erro neste domínio, optando por um excessivo regresso a um “passismo” de má memória, ignorando que o PSD, desde 2015, tem gerado novos protagonistas e novas competências, pelo que se arrisca a pagar caro por este absurdo patético. Talvez por causa desses asneiradas o PSD de Montenegro teve uma vitoriazinha ridícula nas eleições, sem que o partido tivesse retirado qualquer mais-valia digna de registo, pese a conjuntura criada pela dissolução do parlamento nacional. E Bolieiro, nos Açores, seguiu o mesmo caminho, optando pelo facilitismo da lógica do “mais do mesmo”, sem a coragem da mudança que muitos lhe recomendaram, acabando por deitar ao lixo uma maioria absoluta que todos a creditavam ser possível, acabando por continuar ainda mais dependente das diatribes do Chega.

Será que sabem mesmo o que está em causa neste tempo eleitoral ou o PSD-Madeira ficou refém de outras prioridades que não lhe dizem respeito mas que o ameaçam e o podem derrotar? (texto de opinião publicado no Tribuna da Madeira de 12.4.2024)

Madeira-2024: lista de candidatos do PS-M


Madeira-2024: lista de candidatos do PSD-M


Madeira-2024: Retrato eleitoral dois partidos

Vou publicar - estou ainda em fase de revisão final - quadros que ajudarão as pessoas a entender o retrato eleitoral de cada um dos principais partidos com representação paramentar, tendo por base as últimas regionais de Setembro de 2023, dando referência ao peso eleitoral dos concelhos na votação final regional de cada partido ou coligação. Julgo que em termos de planificação política este levantamento constitui sempre uma ajuda, não só para as pessoas que se dignam passar por este blogue, onde derramo as minhas lucubrações, positivas e úteis, ou inúteis e negativas, bem como aos partidos que estão obrigados a perceber a necessidade de uma planificação das campanhas eleitorais tendo em conta o pouco tempo pela frente, as prioridades onde devem concentrar as suas atenções de campanha e a falta de recursos financeiros depois dos gastos realizados há seis meses nas regionais der Setembro de 2023. Mas isso são matérias que não me dizem respeito (LFM)

Madeira-2024: uma campanha obrigatoriamente...tesa!

É sabido que um dos problemas mais complicados que se colocam nesta campanha eleitoral para as regionais na Madeira, de 26 de Maio de 2024, tem a ver com a indesmentível falta de recursos financeiros dos partidos, mesmo que existam subvenções públicas que atenuam certamente os encargos que  obrigatoriamente terão que se realizados, devem ser realizados pelos partidos políticos e as suas candidaturas. A falta de recursos financeiros depois dos gastos realizados há seis meses nas regionais de Setembro de 2023 é uma realidade que não se compadece com "espertismos" até porque eu sei que a exemplo das regionais anteriores o Tribunal Constitucional, através da Entidade de Contas dos Partidos, vai ter uma equipa na Madeira a realizar investigações e a acompanhar em permanência todos os procedimentos dos partidos concorrentes. Aliás nas regionais de 2023 aquela Entidade emitiu uma recomendação sobre esta temática (LFM)



Nota: os desafios do CDS-Madeira (em Congresso)

O CDS-Madeira está reunido este fim-de-semana em Congresso, o mais importante dos últimos anos - desde 2014 - dado que será eleito um novo líder e redefinida toda a estratégia política e eleitoral, agora sem estar "pendurado" ao PSD-Madeira no quadro de uma coligação que esteve muito longe de constituir a esperada e desejada mais-valia eleitoral. O CDS-Madeira sofreu obviamente também com os efeitos do "desaparecimento" do CDS da conjuntura política nacional, de onde andou arredado durante alguns anos, recuperando agora a presença parlamentar na Assembleia da República no quadro da AD. Mas não vamos perder tempo com o passado mesmo que mantenha a opinião pessoal de que essa coligação PSD-CDS também ajudou ao crescimento eleitoral do Chega por falta de alternativas eleitorais entre o centro e a direita radical, a não ser a abstenção.

O CDS-Madeira, na minha óptica, tem prioridades concretas, para além da liderança:

  • - apresentar uma lista que seja capaz de recuperar o seu eleitorado;
  • - ter um discurso político realista e acessível, sem ambiguidades ou lugares comuns, até porque quem parte em desvantagem eleitoral é o CDS-Madeira, por ausência das urnas, não os outros partidos do centro e da direita radical;
  • - recuperar o eleitorado conservador tradicional do CDS-Madeira que provavelmente se tem abstido ou vota no Chega, por recusar a votar no PSD-Madeira ou em candidaturas que o envolvam, por razões históricas que não vou desenvolver;
  • - eleger pelo menos um  grupo parlamentar na ALRAM, pois menos do que isso será uma derrota política e pessoal para a nova liderança de José Manuel Rodrigues, que fica sem condições para manter-se em funções, embora o possa fazer na expectativa de inverter a situação, caso ela se confirme;
  • - evitar um cenário mais catastrofista que seria não eleger nenhum deputado, porque os eleitores do CDS-Madeira se "habituaram" ou a votar no Chega ou a abster-se.  Neste casso o CDS-Madeira dificilmente não seria confrontado com a demissão do novo líder , mesmo que se reconheça que a substituição de Rui Barreto ocorre num tempo de exiguidade acentuada e de dúvidas de incertezas políticas que persistem.

É neste quadro que se realiza o Congresso Regional, sem grandes preocupações de mudança de protagonistas. Pelo que tem sido noticiado as principais figuras chamadas por JMR, a começar por ele próprio - mas provavelmente o CDS-Madeira não tem alternativa nem tempo  para discutir eventuais alternativas para a sua liderança - são personagens conhecidas dos militantes há anos, com muitos anos de militância no CDS-Madeira e que têm ocupado cargos, mais ou menos de relevância política. Provavelmente, insisto e admito que sim, não há tempo para uma mudança que porventura no caso do CDS-Madeira e da sua "ausência" da política regional e das urnas, enquanto tal recomendaria.

A importância do CDS-Madeira ser capaz de recuperar o seu espaço político e eleitoral entre o centro e a direita radical, é inquestionável e sempre foi, na minha opinião, um dos motivos que não recomendavam uma coligação que desertificasse, como desertificou, o espaço eleitoral entre o centro e a direita radical. Sem ser capaz de recuperar a sua dimensão eleitoral antiga - até porque não acredito minimamente que eleitores do PSD-Madeira troque este partido pelo voto no CDS-Madeira - senão aos níveis anteriores ao recurso a coligações a pataco, que seja, pelo menos, perto disso.

José Manuel  Rodrigues sabe que não tem tempo a perder. Um desaire eleitoral do CDS-M e a não eleição de deputados será o fim da carreira política do ainda Presidente do parlamento regional e questionará a própria sobrevivência do partido, pelo menos nos tempos mais próximos. Sucede que eu acredito que o desfecho catastrofista que alguns apontam erradamente ao CDS-Madeira não vai acontecer. E a 26 de Maio teremos oportunidade de o constatar. Por isso acho que teremos a máquina operacional do CDS-M toda  no terreno ao serviço da eleição de pelo menos um grupo parlamentar - no quadro da coligação o CDS-M tem mantido os seus 3 deputados no parlamento regional desde 2019.

Pessoalmente estou em crer que o CDS-Madeira pode recuperar parte do seu eleitorado natural e tradicionalmente mais conservador, o que coloca provavelmente ao Chega alguns problemas novos. A dúvida reside em saber qual a amplitude dessa recuperação eleitoral de um partido que tanto teve pouco mais de 4 mil votos como já andou a rondar os 18 mil votos!

Finalmente, registei as declarações de JMR publicadas hoje no JM, em linha com algo semelhante que há várias semanas foi referido também por Miguel Albuquerque... (LFM)

“A Arte da Guerra” (Económico): “Será que o mundo ocidental está disposto a entrar em guerra com o Irão?”

Milhares de mortos, milhões de deslocados, ações de aparente execução de possíveis membros do Hamas e finalmente um ataque a uma embaixada de um país estrangeiro num país estrangeiro. Israel continua a comportar-se como se só a sua vontade existisse – e os Estados Unidos continuam, na maioria dos casos, a olhar para o lado. Veja a análise do embaixador Francisco Seixas da Costa.


quarta-feira, abril 10, 2024

Nota: a hipocrisia não sobrevive à realidade dos números televisivos

Ficamos esta semana a saber que André Ventura foi o político com mais tempo de antena nas televisões no mês de Março. Esteve no ar mais 2h30 do que Montenegro. O líder do Chega esteve quase nove horas no ar se considerarmos os telejornais da RTP, SIC e TVI. Como é possível que depois venham alguns comentadores dessas televisões, que ajudam para este desfecho, tentar enganar-nos com lágrimas de crocodilo tentando arranjar e inventar explicações, quando é óbvio, perante estes dados, que elas começam  exactamente por eles?! No mês das eleições legislativas, André Ventura foi o dirigente partidário com mais tempo de antena nos telejornais da RTP, SIC e TVI. Apesar de o Chega ter sido a terceira força política mais votada no dia 10 de março, Ventura liderou por larga margem, no que diz respeito ao espaço concedido pelas televisões.

Outros dados:

  • No total, o líder do Chega esteve no ar durante oito horas e 56 minutos, mais uma hora e meia do que Pedro Nuno Santos, secretário-geral do Partido Socialista e líder da oposição, e mais duas horas e meia do que Luís Montenegro, presidente do Partido Social Democrata e recém-eleito primeiro-ministro de Portugal.
  • A SIC foi a televisão que deu mais tempo de antena a André Ventura, no mês de março, com três horas e 13 minutos;
  • Segue-se a TVI, com três horas e quatro minutos e a RTP com duas horas e 38 minutos;
  • Já a RTP foi a estação em que Pedro Nuno Santos (2h47) e Luís Montenegro (2h43) mais tempo de antena tiveram
  • TVI foi a que menos tempo deu a Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro (2h04 para ambos).
  • Se analisarmos o número de notícias e não o tempo de antena, a TVI foi quem mais tempo de ecrã deu ao dirigente do Chega, com 58 peças televisivas.
  • Na lista de figuras políticas com mais tempo de antena segue-se neste ranking o ex-primeiro ministro António Costa, Paulo Raimundo da CDU, a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, Rui Rocha da IL, Rui Tavares do Livre e Sousa Real, do PAN.
  • Se o foco se centrar apenas no período da campanha eleitoral, Pedro Nuno Santos foi quem mais vezes apareceu nos ecrãs dos três canais generalistas (6h 03m)
  • RTP foi o único canal dos três que deu menos notícias sobre o dirigente socialista.

Mas se olharmos para o primeiro trimestre - e esclareço que estes dados divulgados pela revista EXAME tiveram por vase indicadores da Marktest, elaborados base no serviço da Mediamonitor - já Pedro Nuno Santos surge como o maior protagonista, seguido de André Ventura e Luís Montenegro

Refere a revista Exame que "os dados excluem os canais de notícias das três estações televisivas (RTP3, Sic-Notícias e CNN-Portugal)". Provavelmente o desequilíbrio seria ainda mais acentuado.

Fica a pergunta: eu não sei se é apenas por causa disto - mesmo não tendo dúvidas que ajuda e muito - eu sei que Ventura é mestre na utilização das potencialidades mediáticas ao dispor dos partidos e de alguns políticos, mas como é possível a hipocrisia generalizada de todos quando tentam tentam esconder um dos contributos fundamentais da votação do Chega e que passam pelo espaço mediático e pelo acolhimento dado por este através de cumplicidades várias, incluindo muitos dos comentadores que por lá desfilam e que acham que por pretensamente quererem dizer mal do Chega (?) isso tira votos ao partido de Ventura e a ele próprio?! Mais um exemplo recente? O que é que Ventura tinha a ver com a participação de Passos Coelho na apresentação de um polémico livro dedicado à família? Mas tempo de antena teve em todas as televisões (LFM)

Depois não sabem votos do Chega: Ventura foi o político com mais tempo de antena nas televisões em março. Esteve no ar mais 2h30 do que Montenegro

O líder do Chega esteve quase nove horas no ar, nos telejornais da RTP, SIC e TVI. No mês das eleições legislativas, André Ventura foi o dirigente partidário com mais tempo de antena nos telejornais da RTP, SIC e TVI. Apesar de o Chega ter sido a terceira força política mais votada no dia 10 de março, Ventura liderou por larga margem, no que diz respeito ao espaço concedido pelas televisões.

No total, o líder do Chega esteve no ar durante oito horas e 56 minutos, mais uma hora e meia do que Pedro Nuno Santos, secretário-geral do Partido Socialista e líder da oposição, e mais duas horas e meia do que Luís Montenegro, presidente do Partido Social Democrata e recém-eleito primeiro-ministro de Portugal. Os dados foram enviados à EXAME pela Marktest, com base na informação retirada do serviço da Mediamonitor.

A SIC foi a televisão que deu mais tempo de antena a André Ventura

A SIC foi a televisão que deu mais tempo de antena a André Ventura, no mês de março, com três horas e 13 minutos. Segue-se a TVI, com três horas e quatro minutos e a RTP com duas horas e 38 minutos. Já a RTP foi a estação em que Pedro Nuno Santos (2h47) e Luís Montenegro (2h43) mais tempo de antena tiveram e a TVI a que menos tempo deu a estes dirigentes políticos (2h04 para ambos).

Se analisarmos o número de notícias e não o tempo de antena, a TVI foi quem mais tempo de ecrã deu ao dirigente do Chega, com 58 peças televisivas. Na lista de figuras políticas com mais tempo de antena segue-se o ex-primeiro ministro António Costa (05h16), o dirigente da CDU, Paulo Raimundo (04h39), a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua (04h27), Rui Rocha, líder da IL (04h02), Rui Tavares, do Livre (03h30) e Inês Sousa Real, do PAN (03h19).

RTP dá menos notícias de PNS na campanha eleitoral

Se o foco estiver apenas no período da campanha eleitoral, que decorreu entre os dias 25 de fevereiro e 8 de março, a pole position dos políticos com mais tempo de antena sofre algumas alterações. Pedro Nuno Santos foi o rosto que mais vezes apareceu nos ecrãs dos três canais generalistas (seis horas e três minutos), sendo que a RTP, o único canal público dos três, foi o que deu menos notícias sobre o dirigente socialista. No segundo lugar aparece Luis Montenegro, com cinco horas e nove minutos e só depois André Ventura, com quatro horas e 27 minutos.

Se olharmos para o primeiro trimestre, Pedro Nuno Santos surge como o maior protagonista, seguido de André Ventura e Luís Montenegro. Os dados excluem os canais de notícias das três estações televisivas (RTP3, Sic Notícias e CNN Portugal). Outra análise mostra também que a RTP e a SIC foram as que mais minutos reservaram para as notícias sobre a campanha eleitoral, com 12 horas e 27 minutos. A TVI deu apenas 9 horas e 28 minutos. Se alargarmos a análise a todo o mês de março, esta diferença é ainda superior: RTP (19h21), SIC (17h31) e TVI (13h11) (Visão/Exame, texto do jornalista Gonçalo Almeida)

terça-feira, abril 09, 2024

“A Arte da Guerra” (Económico): “Serviço Militar Obrigatório? Existe nos países bálticos porque têm a Rússia ao lado”

Quem aparenta não estar imune a críticas é o presidente da Ucrânia – que continua a fazer ‘sangrar’ o regime, numa clara atitude de afastamento dos críticos. Veja também a análise do embaixador Francisco Seixas da Costa ao polémico tema do Serviço Militar Obrigatório.

“A Arte da Guerra” (Económico): “Apesar de tudo, alguma democracia funciona na Turquia”

Recep Erdogan, presidente da Turquia, não está a salvo de críticas e contestações – a boa notícia é que a democracia prevalece. Veja a análise do embaixador Francisco Seixas da Costa.

“A Arte da Guerra” (Económico): “Venezuela? O mundo precisa de Maduro porque o petróleo dá jeito”

E o que chamar senão cinismo à forma como o presidente venezuelano ‘despacha’ os candidatos da oposição às presidenciais de 28 de julho? Veja a análise do embaixador Francisco Seixas da Costa.

Açores: CEO da SATA apresentou demissão. Sai no final do mês

A presidente executiva da SATA, Teresa Gonçalves, vai sair da empresa no final do mês. A informação foi comunicada esta aos trabalhadores. A presidente executiva da SATA, Teresa Gonçalves, apresentou demissão e vai sair da empresa no final do mês, confirmou fonte oficial da companhia aérea ao Negócios.  A informação foi comunicada esta terça-feira  aos trabalhadores e, entretanto, anunciada no site do Governo dos Açores. "O Governo Regional dos Açores informa que a Dra. Teresa Gonçalves solicitou a sua demissão do cargo de Presidente do Conselho de Administração da SATA Holding, alegando motivos pessoais", lê-se na nota. No mesmo comunicado, informam que a demissão solicitada foi aceite, "tornando-se efetiva no final do corrente mês, sendo que até ao referido momento a responsável continuará a assumir todas as decisões em curso sobre o grupo".

Teresa Gonçalves assumiu o cargo de CEO da SATA em março de 2023, em substituição de Luís Rodrigues, atual presidente executivo da TAP. Mas já era membro do "board" desde janeiro de 2020, sendo responsável pelo pelouro financeiro. Os meios regionais também estão a noticiar que o atual administrador financeiro, Dinis Modesto, também estará de saída. Porém, até ao momento, não foi possível confirmar a informação. Recentemente, o Governo Regional deu "luz verde" à retoma do processo de privatização da Azores Airlines que tinha sido suspenso em dezembro com a queda do Executivo dos Açores.  Como a Lusa tinha noticiado, o júri do concurso público da privatização da Azores Airlines manteve a decisão de aceitar apenas um concorrente no relatório final, mas admitiu reservas quanto à capacidade do consórcio Newtour/MS Aviation em assegurar a viabilidade da companhia.

"Entregámos o relatório final. Esse relatório final, no essencial, mantém o que já estava no relatório preliminar", declarou o presidente do júri, Augusto Mateus, numa conferência de imprensa no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, na semana passada. O caderno de encargos da privatização da Azores Airlines prevê uma alienação no mínimo de 51% e no máximo de 85% do capital social da companhia (Jornal de Negocios, texto da jornalista Sara Ribeiro)

E depois da revolução (FFMS): somos mais ou menos?


CGD põe em leilão bens de José Berardo incluindo ações da Bacalhôa

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) pôs à venda no e-leilões 42 bens de José Berardo, arrestados em processos judiciais por dívidas, incluindo o recheio da casa de Lisboa e ações da empresa vinícola Bacalhôa. Entre os bens da casa em leilão estão móveis, televisões, bandejas, taças e candelabros de prata, quadros e esculturas. Os valores base vão desde os 30 euros de duas taças de metal prateado e os 28 mil euros de um quadro atribuído a Robin Philipson, sendo o montante arrecadado destinado a abater à dívida ao banco público. Está ainda à venda um lote de 4.156.978 ações da empresa de vinhos Bacalhôa, sendo o valor base de 4,156 milhões de euros (cada ação tem valor nominal de um euro). No ‘site’ e-leilões é explicado que estas ações têm um penhor a favor do banco BCP, “que já reclamou créditos nos presentes autos e foi graduado em primeiro lugar”. Tendo em conta a informação disponível no portal de informação de empresas Racius, estas ações da Bacalhôa equivalem a mais de 5% do capital social.

De acordo com o Correio da Manhã, “a Caixa avançou com a venda dos bens do recheio da casa na avenida Infante Santo, na qual Berardo reside, com vista a obter receitas que permitam pagar parte da dívida milionária” ao banco público. A Fundação Berardo, segundo relatório e contas consultado pelo diário, tem uma dívida à CGD superior a 310 milhões de euros. O jornal diz ainda que a conclusão da venda dos bens terá que aguardar por uma decisão no processo posto pela mulher de Berardo que pede a nulidade, por ser dona de parte dos bens enquanto herdeira.

O leilão prolonga-se até 15 de maio. O e-leilões.pt é uma plataforma desenvolvida pela Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução para a venda de bens através de leilão eletrónico. O empresário e colecionador de arte José Berardo, conhecido como ‘Joe’ desde que fez fortuna na África do Sul, tem várias dívidas à CGD e a outros bancos por créditos incumpridos que levou a processos judiciais e arresto de bens, incluindo a coleção de obras de arte (Executive Digest)

E depois da revolução (FFMS): o que conquistaram as mulheres?


Detidos ex-ministros do Petróleo e das Finanças por suspeitas de corrupção no setor petrolífero venezuelano


Anúncio foi feito pelo procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, numa conferência de imprensa em Caracas durante a qual divulgou várias fotografias do momento em que ocorreram as detenções. As autoridades venezuelanas anunciaram esta terça-feira a detenção de dois ex-ministros suspeitos de corrupção e envolvimento num esquema com criptomoedas no setor petrolífero. Os antigos governantes em questão são o ex-ministro do Petróleo Tareck El Aissami, considerado no passado um dos homens-chave do governo do Presidente Nicolás Maduro, e o ex-ministro de Economia e Finanças Simón Alejandro Zerpa. O anúncio foi feito pelo procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, numa conferência de imprensa em Caracas durante a qual divulgou várias fotografias do momento em que ocorreram as detenções.

"Com base no depoimento de pelo menos cinco testemunhas ouvidas pelos nossos procuradores, conseguimos desvendar a participação direta e a detenção de Tareck El Aissami, ex-ministro do Petróleo e ex-presidente de Pdvsa (empresa petrolífera estatal), Samark López, empresário, e Simón Zerpa, ex-ministro das Finanças e ex-presidente do Fundo de Desenvolvimento Nacional (Fonden)", afirmou o procurador-geral. Segundo o procurador-geral, Tareck El Aissami será acusado de traição à pátria e legitimação de capitais.

Criptoativos: Zona Franca da Madeira “já não é assim tão atrativa”

Em Portugal, o ecossistema cripto está “pujante” em Lisboa e no Porto. No entanto, o Funchal também se tem destacado. A Madeira tem atraído as atenções de investidores cripto, sobretudo de “maximalistas” da bitcoin, como lhes chama, em entrevista ao Negócios, o presidente da Associação Portuguesa de Blockchain e Criptomoedas (APBC), Nuno Lima Luz, fazendo referência aos detentores de longo prazo deste criptoativo (Jornal de Negócios)

Madeira: Portugal vai ter o teleférico com o segundo maior vão suspenso do mundo

O teleférico com o segundo maior vão suspenso do mundo vai ser construído no Curral das Freiras, no concelho de Câmara de Lobos, na Madeira. Com 3070 metros de percurso e um desnível de 230 metros, este teleférico vai proporcionar uma viagem com uma duração de 6m30s.  O projeto inclui ainda um Centro de Interpretação da Natureza e um Parque Aventura, onde os visitantes vão encontrar um Zip Line de 2300 euros, o maior da Europa (e o segundo do mundo). “Este projeto inédito e pioneiro é estruturante para o turismo da Madeira e, em particular, para o desenvolvimento do Curral das Freiras, devido ao impacto direto na criação de emprego e no comércio local”, afirma Nuno Freiras, CEO do Madeira SkyPark Adventure, revelando que o “investimento, totalmente privado, vai ascender aos 47 milhões de euros”. E, tendo em conta o pagamento das rendas da concessão, assim como a receita fiscal prevista durante a duração da mesma, a Região da Madeira “terá benefícios económicos superiores a 400 milhões de euros”.

Do mais poupado ao mais gastador: quanto custam os partidos ao Estado e como usam o dinheiro público?

A sobrevivência ou a miséria de um partido político pode depender dos apoios públicos. Uma boa parte estava no vermelho, mas o jackpot eleitoral de 2024 é bem capaz de ajudar a equilibrar as contas. Num ano sempre a somar, o financiamento dos partidos volta a ser tema e há quem queira mudar uma lei feita em causa própria. A conta já vai em quase 38 milhões de euros só em subvenções para os partidos políticos, anuais e de campanha, mas este valor vai ser ultrapassado com as eleições na Madeira. Isto, sem contar com o orçamento da Comissão Nacional de Eleições (CNE), que já pede mais dinheiro para aguentar tantos processos eleitorais num só ano. A subvenção pública anual vai variar entre os 346 mil euros para o ADN, do sindicalista Bruno Fialho, e os 6,329 milhões para a AD, de Luís Montenegro e Nuno Melo, num total de 20.643.900,20€ por ano, enquanto durar a legislatura. Os valores estão fixados na lei e correspondem atualmente a 3,395€ por voto - o que resulta da fórmula 1/135 x IAS - Indexante dos Apoios Sociais (509,26€), menos 10%, retirados a título definitivo desde 2017, verba a que têm direito todos os partidos com assento parlamentar ou que tenham obtido mais de 50 mil votos.

A este montante acresce a subvenção de campanha, superior a dez milhões de euros no caso das legislativas, a cinco milhões no caso das europeias, e dois milhões no caso da regionais dos Açores, e outro tanto relativo às eleições que vai haver na Madeira, ou seja, um montante global superior a 19 milhões de euros. Também aqui o cálculo é fixado por lei: 20 mil vezes o IAS nas eleições para a Assembleia da República, dez mil vezes o IAS nas eleições para o Parlamento Europeu e quatro mil vezes o IAS nas eleições para as Assembleias Legislativas Regionais (Açores e Madeira).

Madeira: “importância da estabilidade” pode salvar Albuquerque no pós-eleições

Quando, a 26 de Janeiro, Miguel Albuquerque anunciou a sua demissão de presidente do Governo da Madeira, tudo se conjungava para que o PSD apresentasse um novo líder nas expectáveis futuras eleições regionais que o Presidente da República acabou por marcar para exactos quatro meses volvidos daquele dia. Albuquerque, arguido por suspeitas de corrupção, resistiu, mas não sem fracturar o partido que até então tinha na mão. No PS-M, Paulo Cafôfo, que em 2019esteve perto de conquistar o poder, também enfrenta divisões internas. A tendência da direita deverá embalar o PSD, que pode ser salvo no contexto pós-eleitoral pela necessidade de evitar três eleições regionais em menos de um ano.

"Tudo vai depender da força do PSD em termos de mandatos", afirma ao PÚBLICO a politóloga Teresa Ruel, que rejeita um cenário de ingovernabilidade a seguir às eleições sde 26 de Maio, apesar do desgaste associado à imagem de Miguel Albuquerque e de o processo judicial ter levado os partidos a aumentar o tom das críticas ao líder o PSD na Madeira.

Nas últimas semanas, por exemplo, o presidente do Chega na Madeira, Miguel Castro, tem vindo a repetir que o partido não está disponível para viabilizar um governo do PSD, em sintonia com as críticas contundentes de André Ventura a Albuquerque. Contudo, entre a retórica e a prática pode existir uma “zona cinzenta”, alerta Teresa Ruel, exemplificando com o caso dos Açores.

segunda-feira, abril 08, 2024

Saídas para o Governo obrigam PSD a mudar quase um quinto da bancada parlamentar

O PSD terá de renovar 18% da sua bancada parlamentar – quase um quinto do total –, depois de 14 dos 78 deputados que elegeu terem sido escolhidos para o Governo. A estes soma-se uma mudança no grupo parlamentar do CDS. Em Lisboa, dois dos candidatos seguintes da AD são de CDS e PPM, pelo que não devem assumir o lugar. É no círculo da capital que os sociais-democratas terão de substituir mais gente: serão quatro alterações, fruto de três saídas para assumir pastas ministeriais (o chefe do Executivo, Luís Montenegro, mais os ministros das Finanças e da Saúde, Joaquim Miranda Sarmento e Ana Paula Martins), além de uma para a função de secretário de Estado (Alexandre Homem Cristo, na Educação) (Jornal de Notícias)

Se tem certificados de aforro atualize os seus dados pessoais nos CTT

Conta pode ser imobilizada por falta de comprovativos. Um terço do milhão de titulares tem mais de 65 anos. Em causa lei de combate ao branqueamento. Se tiver certificados de aforro e se dirigir a um balcão dos CTT para subscrever ou resgatar não se espante lhe pedirem uma atualização dos seus dados pessoais, como os bancos estão a fazer. É que nas contas bancárias também se incluem as contas de aforro, assim abrangidas pelas medidas de combate aos branqueamento de capitais. A não atualização pode implicar a imobilização da conta pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) (Jornal de Notícias)

42% dos portugueses dispostos a sacrificar seguros de saúde e de vida para poderem pagar contas, revela estudo

Estudo da Intrum mostra que no caso de terem de escolher as contas que serão pagas, 55% dos inquiridos cortariam a da Internet e 42% as dos seguros de saúde ou de vida. A Intrum, empresa de serviços de gestão de crédito, revela no seu mais recente estudo, ‘Pulse Report: ECPR 2024’ que 42% dos inquiridos portugueses estão dispostos a sacrificar o seu seguro de saúde ou de vida, deixando de o pagar, de forma a manter-se dentro do seu orçamento. O estudo, publicado por ocasião do Dia Mundial da Saúde, foi realizado entre 2 e 25 de janeiro de 2024 em 20 países europeus num universo de 20.000 consumidores, ou 1.000 por país.

Moral dos portugueses atinge o valor mais baixo entre os países europeus

Após a crise pandémica, o moral dos inquiridos em Portugal e na Europa em geral era optimista. No entanto, os conflitos internacionais, a inflação e a diminuição do poder de compra, reverteram esse sentimento. Assim revela o Barómetro Europeu 2024 realizado pelo Observador Cetelem – marca comercial do grupo BNP Paribas Personal Finance. No início de 2024, no que respeita à percepção da situação do País, os inquiridos em Portugal atribuem uma pontuação de 4,8/10 pontos (-0,1 pontos em relação a 2023), o valor mais baixo entre os 10 países inquiridos, e 0,3 pontos abaixo da média europeia. No que respeita ao moral pessoal, os inquiridos em Portugal mantiveram a pontuação do ano passado: 5,7. O que leva a crer que os cidadãos se adaptaram, apesar das dificuldades e desafios do último ano.

Estes dados vão ao encontro ao que foi divulgado pelo Observador Natal 2023, também realizado pelo Cetelem, no qual 37% dos inquiridos em Portugal avaliavam a situação económica naquela altura como pior do que há um ano e apenas 16% avaliam o ano de 2023 como “muito positivo”. Além disso, no final do ano passado, 49% manifestavam uma opinião negativa em relação à sua situação pessoal e 81% manifestavam uma opinião negativa quanto à situação actual do país. No conjunto de todos os países onde se realizou o inquérito, registou-se uma pontuação de 5,1 quanto à percepção da situação nos seus países, mais 0,1 pontos do que no ano anterior. Porém, a Suécia e a Alemanha são os mais afectados, com tendências negativas de -0,6 e -0,5 pontos, respectivamente.

Custo dos contribuintes com a banca dava para pagar mais um Plano de Recuperação e Resiliência

De 2010 a 2023, despesa pública com o setor financeiro ascende a 24,6 mil milhões de euros, mais de 9% do PIB (2023), segundo dados do INE. No ano passado, aumentou mais de 5,6% por causa da Parvalorem (BPN) e do Novo Banco. Maior aumento em três anos. A despesa pública líquida canalizada para apoiar o setor financeiro, ou seja, o gasto total, descontando o pouco que o Estado conseguiu ganhar em juros, comissões e dividendos, já vai em 24,6 mil milhões de euros, mais de 9% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com cálculos do Dinheiro Vivo (DV), a partir dos dados oficiais mais recentes publicados, esta semana, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Chegava e sobrava para financiar um novo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que está avaliado em 22,2 mil milhões de euros.

O período considerado neste balanço vai desde o começo da grande crise financeira - em 2008, quando faliu e foi nacionalizado o Banco Português de Negócios (BPN) - até ao final de 2023. Depois de se ter assistido a uma relativa acalmia na concessão de apoios à banca em 2022 (foi, aliás, o ano em que o saldo para os contribuintes foi menos negativo, com um custo líquido de “apenas” 462 milhões de euros), o prejuízo regressou em grande no ano passado com mais perdas herdadas do universo BPN reconhecidas nas contas públicas, a que se soma uma nova benesse fiscal ao Novo Banco. Isso mesmo foi revelado pelo INE nesta semana que agora termina. O governo foi obrigado ao “registo de perdas adicionais de créditos não passíveis de recuperação (915,9 milhões de euros) detidos pela Parvalorem”.

Em cima disto, mais uma ajuda ao herdeiro do antigo BES (outra ruína para os contribuintes, a maior em termos absolutos), no valor de “117 milhões de euros associados à conversão de ativos por impostos diferidos (DTA) do Novo Banco em crédito tributário reembolsável”.

Famílias ricas que declaram IRS duplicam numa década e imposto pago triplica

Os agregados que declaram menos de mil euros brutos por mês subiram cerca de 20% em dez anos e pagaram oito vezes mais imposto desde 2012, o que representa mais do dobro do agravamento fiscal sobre os ricos. O número de famílias muito ricas que declaram IRS em Portugal duplicou numa década (aumentou 98% entre 2012 e 2022) e o respetivo valor em imposto pago triplicou (cresceu mais de 200%) neste período, mostram dados da Autoridade Tributária (AT). Já o grupo dos mais pobres (famílias que ganham menos de 13 500 euros brutos por ano, menos de mil euros brutos por mês), aumentaram em número cerca de 20% nesta década, mas o valor que pagaram em imposto disparou mais de 700% desde 2012, mais do dobro do agravamento fiscal sobre os mais ricos. Estes trabalhadores e pensionistas menos abonados representam metade dos agregados que declaram IRS em Portugal, segundo a AT. Este grupo com rendimentos inferiores começou a pagar muito mais imposto (IRS liquidado) em 2013, o ano do “enorme aumento de impostos” do então ministro das Finanças, Vítor Gaspar.

Em todo o caso, é de relevar que parte deste grupo (composto por trabalhadores e muitos pensionistas pobres) é compensado através de transferências (apoios) sociais que não entram nesta conta do IRS. De acordo com um levantamento feito pelo DN/Dinheiro Vivo das estatísticas relativas às liquidações das declarações do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (Modelo 3 de IRS) - ou seja, referente a rendimentos de trabalho e pensões, rendimentos de capitais, prediais, mais-valias, heranças, rendimentos obtidos no estrangeiro e rendimentos de residentes não habituais - o número de agregados classificados no escalão de maiores rendimentos brutos (250 mil euros anuais ou mais) era de 2732 famílias em 2012 e passou para 5409 em 2022, mais 98%, cerca do dobro.